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KHARON

Atualizado: 19 de jul. de 2021

Essa é a versão final e na integra do conto.

KHARON é a minha primeira aventura no mundo da ficção científica e o conto foi escrito para o projeto "Em Um Mês, Um Conto".


A antologia completa poderá ser adquirida posteriormente como livro físico e também em formato de e-book.


Aproveite a leitura!


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KHARON

— Iniciar reversão da criogenia do módulo 35421.

ATENÇÃO! AMBIENTE VIOLADO!

— Iniciar consciencialização do módulo 35421.

ATENÇÃO! AMBIENTE VIOLADO!

Lentamente comecei a ter consciência de mim. O nada, o vazio deixou de existir. Abri meus olhos, minha visão estava embaçada e precisei piscar algumas vezes para conseguir ver melhor. Depois que meus olhos se centraram, olhei ao redor. Vi os objetos de cabeça para baixo e não reconheci o lugar. Reparei que eu estava fechada em algum compartimento e que não sentia direito meus braços e pernas. Notei, então, que quem estava realmente de cabeça para baixo era eu. Tentei chamar alguém, mas ninguém apareceu e imaginei que, pelo barulho que fazia do lado de fora, não conseguiria ser ouvida. Comecei a reunir o máximo de força que pude e pensei em empurrar o vidro que se encontrava à minha frente, mas sem sucesso algum, pois nesse momento percebi que minhas mãos, meus pés e tronco estavam presos. Depois de duas tentativas frustradas, senti-me extremamente cansada.

— Ativar injeção de nutrientes do módulo 35421.

Em meio aquele alerta extremamente alto, ouvi a voz de um homem que gritava, mas não consegui vê-lo. E um pouco depois me senti melhor e cada vez menos fraca, mas permanecia de cabeça para baixo. Chamei a pessoa, gritei, mas ela não me respondeu e nem apareceu na frente do meu visor, eu apenas via de longe seus pés. O barulho infernal continuava e de repente uma luz vermelha começou a piscar constantemente e o aviso de alerta ficou cada vez mais frequente. Então memórias da minha terra vieram à minha mente e lembrei de tudo o que tinha acontecido e o porquê de estar naquela situação. Cheguei à conclusão que se tinham me despertado antes do tempo, isso significava que algo estava errado.

— Droga, tem alguém aí!

— Oi, oi! Eu já vou te tirar daí, só preciso de mais algumas horas.

—Não temos tempo para isso, me tira daqui logo!

— Eu não posso! Se eu parar o processo, você pode ficar com algumas sequelas ou...

— Pelo que eu estou vendo, não temos tempo a perder, você precisa me tirar daqui.

— Droga...

O jovem alto e pálido, vestido com um macacão cinza escuro, estava com um olhar de verdadeiro pavor e saiu do meu raio de visão. Chamei-o algumas vezes, mas ele não retornou. De repente, ouvi um som alto dentro da cápsula onde eu estava e do lado de fora vi uma espécie de fumaça saindo de posições diferentes do módulo. Em seguida, a parte de cima do invólucro começou a se desprender e a levantar lentamente enquanto fios eram desacoplados de vários pontos vitais do meu corpo. Assim que todos saíram, pensei em forçar a abertura, mas eu ainda tinha as mãos presas. Conforme a câmara abria, algo gelatinoso na cor azul, oriundo do processo da reversão da criogenia, misturado com alguma coisa de cor marrom, escorria e eu já estava me preparando para cair naquela gosma nojenta.

Assim que a cápsula terminou de abrir, as hastes de polímeros reforçados com fibra de carbono que prendiam minhas mãos, meus pés e minha cintura se abriram ao mesmo tempo. E sem ter nenhum lugar para me segurar, sem que eu pudesse evitar e como previa, caí nua em cima da gosma gelatinosa e viscosa, me sujando completamente. Enquanto eu permanecia dentro do módulo não sentia nenhum cheiro, mas assim que entrei em contato com o oxigênio da espaçonave, o cheiro daquilo era horrível. E sem poder evitar, vomitei vigorosamente um líquido transparente e de fortíssimo cheiro azedo e nauseante.

O rapaz entrou correndo por uma das portas deslizantes e a fechou rapidamente, sua expressão estava pior que antes, era de puro pavor. Assim que entrou, eu estava tentando me levantar em meia a toda aquela coisa escorregadia e quando o vi, me joguei no chão, tentando cobrir minhas partes íntimas, constrangida. Ele também ficou envergonhado e me entregou uma toalha grande ao mesmo tempo que se desculpava por não chegar a tempo para me ajudar no meu processo de desligamento. Pelo nervosismo em sua voz consegui perceber que algo realmente estava errado.

— Preciso ver como você está — disse o jovem, mexendo nos compartimentos da nave.

— Fala sério, eu estou bem — eu disse, me apoiando na minha cápsula por sentir que minhas pernas ainda estavam fracas e eu tinha medo de escorregar.

— Mas eu preciso...

— Deixa de enrolação, o que está acontecendo?

— Eu não sei, eu estava na minha rotina de verificação das cápsulas, então de repente, as luzes começaram a diminuir lentamente, piscaram algumas vezes e em seguida voltaram ao normal. Depois ouvi um som como se a força da Kharon estivesse diminuindo, de novo as luzes ficaram fracas e começaram a diminuir, até que foram substituídas por essa luz vermelha escura. Em seguida o alarme e o aviso dispararam – explicou Gael.

— Isso não é bom, isso não é nada bom.

— Devo começar o processo de reversão de criogenia do resto da tripulação?

— Vamos seguir o protocolo. Tentaremos resolver esse problema. Verifique em quanto tempo chegaremos no lado escuro?

— Sim oficial, só um instante – disse Gael, acessando o sistema. – Em vinte e quatro horas terrenas.

— Ok, então na verdade temos vinte horas. Caso não consigamos, você começa o processo com o resto da tripulação. Quatro horas é o mínimo que você precisa para a reversão completa e sem sequelas, certo?

— Sim, a oficial está correta… Peço desculpas por não ter concluído o seu processo.

— Não se culpe, fui eu que falei para você concluir logo.

O alarme não parava de tocar, assim como a luz vermelha que insistia em piscar, o que fazia com que a cada alerta eu sentisse uma fisgada em minha cabeça. Tinha certeza que algo estava errado. O processo de reversão não foi feito da forma correta, mas fora necessário. Eu vivenciava os efeitos do procedimento incompleto, porém a missão tinha que ser concluída, meu planeta dependia de todos nós. Kharon era a única nave batedora e nada e nem ninguém poderia ser um empecilho para que a missão fosse concluída.

Peguei o dispositivo projetor que estava na mão de Gael e, com um movimento com a ponta dos dedos, fiz com que a imagem fosse projetada através de holograma em 3D, possibilitando a análise em profundidade e de todos os ângulos dos sistemas de toda a aeronave.

— Achei, o alerta está vindo do sistema de proteção — sussurrei, ampliando o sistema. — Está vindo exatamente daqui, Gael.

— Sim, oficial. Por isso optei em revertê-la, a senhora é a Oficial de Engenharia. Mas se o problema está vindo dos sistemas de proteção, isso quer dizer que continuaremos visíveis?

— Parece que sim. O alerta está vindo dos sistemas refletores. Se apenas um módulo falhar, todos irão desligar, não refletiremos o que está ao redor e assim seremos um alvo fácil para eles nos detectarem. Não temos outro tipo de proteção se formos atacados. Nosso poderio militar é muito limitado, o objetivo é conseguirmos entrar sem a Kharon ser detectada para começarmos a preparar o terreno para a invasão. Nosso povo está ficando sem tempo e lá é o único lugar com as mesmas características do nosso planeta.

Ampliei a imagem do sistema de proteção e de reflexão o máximo possível e esse simples movimento me deixou fraca, precisei apoiar em uma das cápsulas. Gael tentou ajudar, mas o impedi e voltei a verificar todas as informações disponíveis. Depois de uma análise profunda, achei qual o exato módulo que apresentava defeito.

— Droga, como foi que isso aconteceu? — disse, mais para mim mesmo do que para Gael.

— Não faço ideia. Passamos por uma chuva de asteroides, mas nada foi acionado na hora. Isto está além das minhas habilidades. Mas apesar de não ser a minha área, eu posso ajudar.

Eu ouvia Gael, mas sentia que meu pensamento estava lento. Ao colocar as mãos em minha cabeça, dei conta que ainda estava suja de gosma e vômito, além de estar apenas com uma toalha. Entreguei o dispositivo para Gael e pedi para que ele providenciasse um macacão espacial, enquanto eu ia ao terminal de higienização.

Gael prontamente foi até um dos compartimentos e, depois de digitar seu código, uma porta foi aberta e a roupa embalada à vácuo saiu. Depois de me entregar, ele saiu do terminal. Acionei o sistema e jatos em forma de vapor quente começaram a sair de pequenos orifícios da cápsula de higienização, o suficiente para eliminar qualquer organismos estranho e sujeiras existentes, mas que não queimavam a pele. E logo que caíam no chão, eram absorvidos, sem que houvesse possibilidade de uma recontaminação.

Pouco tempo depois encontrei Gael no compartimento das cápsulas de criogenia. Em seguida, fomos para a parte da frente da nave, onde se encontrava a central de controle. Ao sentar na cadeira do capitão, senti como se minhas pernas pesavam uma tonelada, assim como meus braços. Minha vontade era apenas de ficar ali e descansar, mas comecei a ficar enjoada e uma súbita vontade de vomitar me arrebatou, sendo impossível de controlar, dando tempo apenas de virar para o lado e não despejar o conteúdo estomacal nos equipamentos eletrônicos à minha frente.

— Desculpa, eu não consegui evitar.

— Não se preocupe. Eu vou limpar, temos problemas maiores — disse Gael olhando preocupado para mim.

— Preciso desligar esse barulho infernal. Não estou conseguindo pensar direito, minha cabeça está me matando.

Sentindo-se culpado, Gael disse que o que eu sentia, não tinha nada a ver com o som ou a luz do alerta e sim com a forma como fui reanimada. E ficava repetindo que não tinha que ter me obedecido, que deveria ter sido insubordinado e terminado todo o procedimento de maneira correta.

Rapidamente desliguei o sistema de som do alerta, ficando apenas o vermelho escuro pulsando. Assim que o silêncio tomou conta da Kharon novamente, respirei fundo, apoiando a cabeça com as mãos, aliviada por ter menos uma coisa me incomodando.

Tentei todos os comandos que estavam ao meu alcance, mas não consegui reverter a situação. E mesmo fazendo o máximo de esforço possível para me concentrar, minha cabeça às vezes dava voltas. Eu precisava parar o que estava fazendo e descansar por breves momentos.

A quietude durou pouco tempo. Novamente o alerta voltou a tocar em um ritmo mais intenso e a luz vermelha deixou de piscar, ficando constante e mais escura, quase deixando Kharon mergulhada em um breu profundo. Gael percebeu a preocupação estampada em meus olhos. Fiquei tensa e gotículas de suor se formaram na minha testa. Cinco minutos, dez minutos se passaram e eu não conseguia solucionar o problema que colocaria toda a missão em risco. E já havíamos adentrado o caminho sem volta, a única coisa a se fazer era consertar o refletor defeituoso.

— Vou ter que ir lá fora.

— O quê? Não! Você não pode. Oficial Ava, com todo respeito, mas a senhora não está bem! Como vai conseguir ir lá fora?

— Mas é preciso, a cada minuto terrestre que passa, ficamos sem tempo. Se eu não for lá fora...

— Eu vou!

— Você o quê? Não, não posso permitir isso. É perigoso, você não teve treinamento para isso...

Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, novamente senti algo subindo pela garganta que queria sair de forma bruta e espessa. Foi impossível fazer qualquer coisa para impedir. Contudo, dessa vez foi diferente, em vez de sentir um gosto amargo, agora sentia um gosto metálico e ácido em minha boca. Fiquei por alguns segundos de olhos fechados, inspirando e expirando profundamente, enquanto que uma lágrima descia lentamente de meu olho direito. Ao abrir meus olhos, vi algo viscoso de uma cor escura e ao passar uma das mãos para limpar o líquido que saía de meus olhos, vi a mesma coisa.

Arregalei meus olhos e ao olhar para Gael, observei que ele também estava espantado com o conteúdo expelido por mim. Eu sabia que aquilo não era bom. Precisava de atendimento especializado e não tínhamos isso na Kharon.

— Vo-vo-você pode me orientar, eu sigo exatamente as suas indicações. Eu consigo.

— Controle da missão. Aqui é a Oficial de Engenharia Ava. Conseguem me ouvir?

— Sim, oficial. O que aconteceu? A senhora deveria estar fora da criogenia só depois que saíssem do lado escuro. E pelo que estou analisando, falta pouco tempo para chegarem ao local.

— Sim controle, temos uma avaria nos espelhos refletores, porém existe um outro problema. Sem perder mais tempo e sem maiores detalhes, eu não fui retirada da criogenia da forma correta e por isso, tem algo muito errado comigo e não tenho condições de sair da nave. Por isso o Especialista Gael se ofereceu. Como proceder? Tiramos mais alguém da criogenia?

— Sigam o protocolo padrão e quero um relatório do que está acontecendo. Mande Gael fazer o conserto. Ele pode não ter experiência, mas tem o treinamento básico. A cada minuto que passa eles podem nos descobrir, então é imperativa a ida dele.

Sem ter outra escolha, aceitei as ordens do Controle da Missão. Apesar de termos tido treinamento básico, aquela era a primeira missão de Gael fora de nosso planeta de origem e juntando o tipo de problema que enfrentávamos me deixava mais tensa ainda. Cada minuto terráqueo contava e eu sabia que depender de intercomunicação neste momento não era nada bom. Porém minha condição física estava se deteriorando rapidamente e tinha reais dúvidas se conseguiria chegar ao fim da missão.

Dei todas as orientações enquanto o ajudava a colocar seu traje espacial. E mais uma vez me senti sufocada e algo viscoso saiu da minha boca. Gael manifestou sua preocupação, mas sem deixar que ele se estendesse, saí do compartimento de descompressão que estávamos. Em seguida, Gael acionou o sistema de liberação enquanto que eu o via, pela escotilha, sair da nave. Voltei para o centro de controle e ativei nossa comunicação.

— Gael, está me ouvindo? O controle da missão também nos ouve.

— Sim, com uma leve interferência, mas estou ouvindo.

— Ótimo, agora você precisa acoplar o gancho de segurança, depois segue pela plataforma até o fim. Você precisa alcançar o terceiro espelho depois da plataforma.

— Sim, oficial.

— E outra coisa, pare de me chamar de Oficial, me chame apenas pelo meu nome, Ava.

— Sim, ofi… Quero dizer, Ava.

— Chegando ao final da plataforma, transpondo a grade de segurança…estou em…te a…elho.

— O quê?! Gael? Repita! Não estou entendendo!

— …espelho.

— Ok, vou habilitar a minha projeção, agora estou vendo o que você vê. Não estou te entendendo direito.

— Eu…nor…te

Orientei Gael a desenroscar os protetores dos conectores com cuidado, para que não fossem perdidos no espaço. Precisávamos deles na reposição. Em seguida, falei para ele desparafusar as travas de segurança e só aí desacoplar os conectores atrás do painel defeituoso. Tudo isso em um espaço pequeno entre uma e outra placa. E o alertei a cada passo do processo que não seria fácil, ele precisaria ter cuidado para não perder nada no espaço, principalmente o painel. Nós não podíamos correr o risco de ter esse tipo de tecnologia vagando por aí e ser de alguma forma descoberta.

Gael teve mais dificuldade do que eu imaginava em todos os processos. Através de uma câmera acoplada na parte da frente de seu traje, vi enquanto ele voltava para a porta de entrada da Kharon. Enquanto ele ultrapassava a grade de segurança, Gael quase deixou a placa escorregar e para evitar que o pior acontecesse, bateu a mão com força. Conseguia ver que ele estava sentindo uma dor alucinante. De repente parei de ver o que Gael via. Chamei-o pelo comunicador, mas ele não respondeu.

Percebi que não tinha mais como esperar. Faltavam quatro horas terráqueas para chegar ao lado escuro da lua e o especialista poderia estar morto naquele momento. Sem perder mais tempo, iniciei o processo de reversão criogênica dos quatro outros membros da tripulação. Em seguida, me arrastando, quase sem forças em minhas pernas, fui até o compartimento de descompressão e vesti meu traje, demorando muito mais tempo do que eu gostaria. Ao abrir a porta, quase bati no capacete de Gael. Ele estava com o seu visor embaçado e segurava o painel com uma das mãos, a outra estava retorcida.

Entramos e vi que Gael havia quebrado a mão em vários locais. Depois de imobilizar e administrar um composto que regeneraria em algumas horas o que estava danificado, informei ao controle da missão o que aconteceu e o que eu faria. Tanto o controle quanto Gael tentaram me dissuadir, mas foi em vão. Eu estava decidida. Peguei um painel sobressalente e fui para o compartimento de descompressão, saindo da nave. Assim que a porta abriu, sem conseguir evitar, fortes jatos viscosos saíram da minha boca e a cada nova ânsia, eu apenas virava um pouco a cabeça para não obstruir minha visibilidade.

Tentei me comunicar, mas não tive nenhum retorno de Gael ou do controle da missão e vi que estava sozinha. Em minha terra natal, eu já tinha simulado esse tipo de situação e com todos os problemas de estar no espaço. Eu sabia que teria tempo hábil se não estivesse sentindo nada, mas em minhas condições, tinha certeza que demoraria mais e Gael não podia me ajudar, pois precisava terminar o processo de retirada da criogenia da tripulação de forma correta dessa vez, por mais que lhe fosse exigido que apressasse o procedimento.

Segui todos os passos necessários para o concerto do local defeituoso, mas conforme os minutos passavam e quanto mais esforço eu fazia, mais fraca eu ficava. E precisei em vários momentos parar e me recuperar. Consegui fazer a troca, reposicionar o painel e enquanto eu voltava tudo ficou escuro.

Senti uma pressão na altura do quadril, no exato local onde ficava o cabo de segurança e meu corpo se moveu devagar. Uma mão segurou meu braço, abri meus olhos, minha visão estava embaçada e avermelhada. Eles ardiam e não consegui mantê-los aberto. Ouvia vozes no fundo, não conseguia entender se eles estavam falando comigo. Recobrei a consciência e vi que eu estava na estação de criogenia e não usava mais meu capacete e meu traje espacial. Um scanner passava por meu corpo, informando que minha respiração era curta e que meu estado era crítico. Olhei ao redor. Vi Gael e os outros membros da tripulação. Entendi que mais de quatro horas haviam se passado desde que estive fora da nave e que havíamos chegado ao lado escuro da lua.

Pelo reflexo do aparelho de scanner, vi que de minha boca e ouvidos escorriam uma gosma escura. Eu estava morrendo... E eles não tinham nada que pudessem fazer...

— Oficial Ava, estamos entrando na atmosfera, em pouco tempo aterrissamos. Quer fazer as honras quando chegarmos? – perguntou um oficial, ativando o comunicador para o controle da missão.

Eu apenas sorri em resposta.

— Kharon para Controle da Missão. Última comunicação da Oficial Ava… aterrissamos no planeta Terra… Local, Parque Nacional de Brasília… Primeira fase da missão de invasão foi concluída…com sucesso…nenhum alerta de detecção. A tripulação iniciará reconhecimento local…em breve eles informarão quando podem mandar as naves de extermínio…e de colonização…



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