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Tudo Tem o Seu Preço

Parada em frente ao espelho, não me reconhecia mais. Dois anos antes ouvia elogios da minha beleza e corpo com curvas torneadas. Agora, ninguém mais elogiava, e só ouvia daqueles mais próximos que eu havia mudado, que não me cuidava mais.

Inspirei, resignada, e comecei a passar o corretivo para disfarçar as escuras e profundas olheiras e as espinhas que não tivera na adolescência.

— Anda logo, Alice, vamos nos atrasar — grita Carlos do andar de baixo.

— Já estou indo...

— Vê se agiliza, tá demorando muito.

Enquanto alisava meus cabelos, tentei lembrar quando foi a última vez que Carlos me chamou por algum apelido carinhoso. Tínhamos tantos, desde os mais normais, como “amor”, até os mais cafonas, como “ursinha”, mas agora ele mal me chamava pelo nome.

Depois que terminei de me produzir, pensei que me sentiria melhor, mas, assim como em todos os dias do último ano, não adiantou. Não conseguia mais ver beleza naquilo que estava na minha frente.

Desci as escadas desanimada por ter que participar de mais um evento social contra minha vontade.

...

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