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Aula de Criação de Personagens com professor Assis Brasil

Em duas horas de aula, Assis Brasil abordou temas relativos a seu livro Escrever Ficção com foco na criação de personagens. https://youtu.be/UrcRa6ZdAxY

Personagem é o centro da ficção, a deflagradora da ação. Tudo o que acontece na narrativa provem da ação do personagem. É ele quem faz a história acontecer, tudo deriva dele.


Existem uma diferença entre Personagem de Romance e Personagem de Conto. O de Romance tem complexidade, a personagem é como ela é. E a de Conto não tem complexidade, a personagem é o que faz naquele conto.


Dois conceitos operacionais: O Romance como uma unidade sistêmica; A personagem como sustentadora dessa unidade.


Romance é constituído por uma série de episódios ligados entre si e todos são ligados uns aos outros e dão sentido ao romance. É um sistema de episódios. E as pistas devem vir ao longo do romance para justificar o final. A personagem provoca a unidade e está no centro de tudo, dando sentido a toda engrenagem. Como fazer um romance: Saber quem é a personagem; Criar a personagem; Dar os elementos necessários que justifiquem a existência da personagem; Determinar a questão essencial.


Sinopse de Crime e Castigo:

"Um jovem, atormentado por sua simultânea onipotência e fraqueza, mata duas pessoas e vê-se tomado por culpas e dúvidas derivadas de de seu ato, que trazem à tona uma discussão sobre o bem e o mal, ao mesmo tempo em que se vê investigado e pressionado pela polícia, até que, convencido por sua amiga, confessa p duplo crime e é castigado coma prisão."


Sinopse, como ela é composta, segundo Assis Brasil: Personagem; Situação Crítica (somente daquele romance); Conflito (sempre abstrato); Enredo (investigado); Fim.


A sinopse deve atentar o que de verdade importa no romance.


A Personagem e Sua Questão Essencial

Lacan "A psicanálise(...)preserva a relação do homem consigo mesmo, inesgotável, cíclica e que comporta, por excelência, o uso da palavra. A palavra não pode reter a ela mesma, nem reter o movimento de acesso à verdade, como um verdade objetiva.

Esse cenário fantasmagórico se apresenta como um pequeno drama, um gesto, que é precisamente a manifestação do que eu chamo de mito individual do neurótico."


Charles Mauro sobre Mallarmé

Segundo ele, estudar as poesias para ir atrás da pessoa, para descobrir as metáforas utilizadas. Esticando as metáforas, o mito pessoal e a figura feminina: desejável, inacessível e perigosa.


"O mito pessoal fornece um "imagem interior" inconsciente do autor, com suas instâncias, seus objetos, seus meios parciais, seu dinamismo. As redes associativas têm a coerência de um fantasma latente.

A ideia de um fantasma latente se expressando por uma rede de associações, e variando segundo as circunstâncias afetivas, parece finalmente se impor."


Ou seja, precisa saber quem é a personagem e a questão essencial da personagem deve acompanhar toda a escrita.


"Assim como o escritor possui seu mito pessoa, o mesmo acontece com a personagem. A diferença está em que o mito pessoal do escritor e inconsciente (Mauron) expressando-se no subtexto de suas metáforas; já a questão essencial do personagem - digo eu - é criada de maneira consciente."


A Questão Essencial e o Conflito

"A questão essencial da personagem reage/interage com os fatores externos expressos na história, e isso provoca o surgimento do conflito."





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