Ser escritora é se jogar no abismo, é falar sem saber quem vai ouvir.
É um ato de coragem!
Noite No Teatro
É quase inacreditável onde vim parar. Meu maior sonho era brilhar, ser famosa e atuar nas melhores peças do Tetro Municipal de São Paulo. Depois de tantos sacrifícios e investimentos, eu enfim consegui entrar para o corpo do teatro, mas não como atriz e sim como vigilante.
Ouvi algumas histórias esquisitas do que acontecia no teatro durante à noite. Até ouvi dizer que pessoas morreram lá, mas era muito difícil de acreditar. O meu supervisor me mostrou toda a rotina e tudo o que eu deveria fazer ao longo do expediente, que era quase nada. De hora em hora eu deveria realizar a ronda e verificar as portas.
Na minha primeira ronda com o supervisor, não consegui observar toda a beleza que existia naquele lugar. Então quando a fiz sozinha, foi incrível. Observei cada detalhe do hall de entrada, imponente com a escadaria ao centro, estátuas e quadros históricos, além dos maravilhosos vitrais. Que imaginei o quão bonitos seriam de dia. Também fui à sala de concertos, salão nobre e salão dos arcos. Não me senti muito à vontade na área dos arcos, era subterrâneo, meio estranho, mas não aconteceu nada. Assim como nas outras rondas, até dar o meu horário.
No dia seguinte, no meio do meu turno, quando eu estava no salão dos arcos, comecei a ouvir vozes, uma música, vindo de algum lugar. Eu sabia que alguns artistas poderiam ficar até mais tarde ensaiando, mas eu tinha certeza que não havia ninguém. Refiz o meu caminho para encontrar onde estava vindo o som. E fui levada até a sala de concertos e entrei pela parte onde o público ficava, de frente para o palco. Com certeza era dali que vinha e acendi a luz da sala.
...